Elemento vital às espécies humana e não-humana, mas também metafórico e emocional, a água doce é, hoje, simultaneamente, política e economia. Neste sentido, é urgente a discussão pública sobre a proteção, a gestão e o futuro deste recurso natural. Estas são questões globais com manifestações dramáticas em distintas especificidades, nomeadamente, no território português.
A exposição Fertile Futures: Laboratório em Itinerância reúne e dá a conhecer, pela primeira vez, todo o laboratório do projeto desenvolvido ao longo de um ano. Aqui se apresentam os sete casos em estudo — patentes na exposição em Veneza — que registam, explicam e especulam sobre a ação antropocêntrica sobre recursos hídricos, naturais e finitos: na Bacia do Tâmega; no Douro Internacional; no Médio Tejo; na Albufeira do Alqueva; no Perímetro de Rega do Rio Mira; na Lagoa das Sete Cidades; e nas Ribeiras Madeirenses. Num segundo momento, expõe-se o acompanhamento do laboratório in situ, o Seminário Internacional de Verão, que reuniu, em julho de 2023, no Fundão, mais de setenta estudantes de múltiplas geografias a trabalhar em contexto de colaboração prática com as equipas de arquitetura, na busca de propósitos para o contributo da arquitetura face à problemática em estudo, naquele contexto específico. Dá-se também a conhecer, em formato livro, a reunião dos ensaios críticos decorrentes das intervenções nas Assembleias de Pensamento em Lisboa, Veneza, Braga, Faro e Porto Santo. E, por fim, expõe-se, pela primeira vez, em Portugal, o documentário Contemporary Dialogue realizado em parceria com o Canal180, que espelha todo o laboratório de Fertile Futures.
Com foco em sete hidrogeografias, Fertile Futures, a Representação Oficial Portuguesa na 18.ª Exposição Internacional de Arquitectura — La Biennale di Venezia, encomendou a jovens arquitetas e arquitetos, apoiados por especialistas e consultores de outras áreas de conhecimento, a apresentação de reflexões sobre possíveis modelos propositivos para um amanhã mais sustentável, em cooperação não hierarquizada entre disciplinas, gerações e espécies. Fertile Futures defendeu, assim, a pertinência do papel da arquitetura no desenho de um futuro colaborativo, descarbonizado e descolonizado, a partir de uma abordagem heterogénea, aberta à experimentação, ao diálogo e à reflexão comum.
Pedro Adão e Silva, Ministro da Cultura/Minister of Culture
Américo Rodrigues, Director-Geral/Director-General
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