A consciencialização temática, a experiência colaborativa e o entendimento de um campo de ação expandido são partilhados no Seminário Internacional de Verão. A “deslocação temporária” de estudantes de arquitetura, provenientes de diversificados contextos, para o Fundão, tem como objetivo a partilha horizontal do saber, através da “experiência direta” e da oportunidade de estabelecer novos diálogos.
O Fundão integra a lista de oito cidades portuguesas incluídas na Missão da União Europeia para Adaptação às Alterações Climáticas. O município é um território profundamente afetado pela escassez de água e pela agricultura superintensiva, palco de incêndios e desertificação, sendo, simultaneamente, representativo de investimentos na inclusão social e vertente tecnológica em expansão pelo interior.
Com a tutoria das equipas das Oficinas de Projeto e a participação de estudantes nacionais e internacionais, selecionados por convocatória aberta e reforçada por parcerias institucionais, a intervenção materializa-se na autoconstrução de instalações espalhadas pelo território desenvolvendo estratégias para captação, fixação, fruição e/ou redistribuição da água no concelho do Fundão. O Seminário Internacional de Verão ambiciona sensibilizar as futuras gerações para modos alternativos de fazer arquitetura, favorecendo o lastro e o futuro do projeto Fertile Futures para além do tempo da exposição.
Perante questões comuns e transversais, Fertile Futures defende que um laboratório não pode apresentar resultados conhecidos à partida e, por isso, articulando com outras áreas disciplinares, defende a produção de investigações especulativas, apresentadas sob a forma da palavra e do desenho, para uma exposição que pensa um futuro fértil, sustentável e equitativo, a apresentar na 18.ª Exposição Internacional de Arquitetura — La Biennale di Venezia 2023. Em síntese, Fertile Futures reitera a capacidade transformadora de uma exposição de arquitetura, enquanto plataforma de produção de conhecimento.